O mercado de gás natural brasileiro passa por sua maior transformação em décadas.
Desde a implementação da Nova Lei do Gás (Lei nº 14.134/2021), o país observa um movimento crescente de abertura e competição, especialmente no chamado mercado livre, onde grandes consumidores negociam diretamente com fornecedores — um cenário que está redefinindo o setor energético nacional.
A expansão do mercado livre e o novo perfil de consumo
Em 2025, o mercado livre de gás natural no Brasil atingiu um crescimento de mais de 35% em relação a 2023, segundo dados da Abrace (Associação Brasileira de Grandes Consumidores de Energia).
Empresas como Gerdau, Vale e Suzano migraram parte significativa de seu consumo para o ambiente livre, buscando contratos mais competitivos e previsíveis.
A Petrobras, mesmo com a abertura do setor, ampliou sua participação e consolidou um volume de vendas superior a 6 milhões de m³/dia para o mercado livre, fortalecendo sua posição estratégica em meio à diversificação de players privados.
Desafios e oportunidades na infraestrutura
O avanço do mercado livre também evidencia gargalos logísticos e regulatórios.
O Brasil ainda conta com uma malha de gasodutos concentrada no Sudeste, o que limita a expansão em regiões Norte e Nordeste.
Para especialistas, a expansão da infraestrutura será essencial para permitir o crescimento sustentável do setor.
Além disso, a regulação estadual tem papel decisivo.
Segundo o RELIVRE 2025, ranking elaborado pela Firjan, São Paulo, Sergipe e Alagoas lideram em avanços regulatórios, enquanto outros estados ainda enfrentam atrasos na implementação de normas de acesso e transporte.

O gás natural na transição energética brasileira
O gás natural vem se consolidando como vetor estratégico da transição energética, funcionando como ponte entre as fontes fósseis e as renováveis.
Com a chegada de novos players e o avanço de tecnologias de biometano e hidrogênio, o país caminha para um modelo mais competitivo e sustentável.
Para as indústrias, a migração para o mercado livre não é apenas uma decisão econômica, mas uma estratégia de gestão de risco e sustentabilidade.
Empresas que integram o gás natural à sua matriz energética reduzem emissões, aumentam previsibilidade e ganham em eficiência operacional.
Conclusão: a nova era do gás no Brasil
O mercado livre de gás natural consolida um novo ciclo de modernização e competitividade para o setor energético brasileiro.
Com o engajamento de grandes indústrias, investimentos em infraestrutura e regulação mais madura, o Brasil se aproxima de um modelo energético mais aberto e sustentável.
Na Ohxide, seguimos acompanhando de perto a evolução do mercado de gás natural e seus impactos na transição energética, reforçando nosso compromisso em trazer análises estratégicas e confiáveis sobre os setores que movem a economia.

Fontes:
Ministério de Minas e Energia – Dados de regulação estadual de gás natural
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)
Abrace – Relatório de Abertura do Mercado de Gás 2025
Firjan – Ranking RELIVRE 2025
Valor Econômico – “Mercado livre de gás ganha tração entre grandes indústrias”